meu querido mês de Janeiro

O projecto de fotografia já começou. As aulas não voltaram à total normalidade, porque agora que acabaram as festas e os feriados todos seguidos, começaram os ensaios para a fotografia final e por isso as crianças andam todas num corre-corre para lá e para cá, e a concentração voa por todo o lado menos para os trabalhos da escola. Ainda assim, tenho andado super motivada, a fazer aventais de histórias e a tomar iniciativas que irão ajudar imenso o centro e as crianças que dele usufruem. E a gratificação pessoal que daí retiro é mais do que alguma vez poderia pedir, além de que é insubstituível.

Orgulho-me das iniciativas que tomo, orgulho-me do trabalho que faço e orgulho-me das pequenas ajudas que vou dando, com as traduções e outros que tais, que vão marcando a diferença. Pelo menos para mim, que é o que neste momento me importa. Sinto-me bem por fazer as coisas, faço-as no momento em que me surgem as ideias ou em que me são pedidos os favores e não acumulo trabalho. Não tenho assuntos pendentes, trabalhos por fazer ou tarefas a realizar. Tenho alguns projectos que demoram mais que outros, mas esses vou-os fazendo ao meu ritmo e conforme me apetece.

Tenho lido imenso, que era coisa que já não me lembrava do prazer que me dava e, uma vez que os momentos mortos são cada vez menos, aprendi a encará-los da melhor forma possível e passei a adorar os pequeninos espacinhos em que posso fechar os olhos e apenas sentir o ambiente, o calor, os cheiros, os sons. E mais do que em tudo o resto, que me tem enchido os dias – e é assim que sou feliz, sempre foi – é nestes momentos que me lembro da sorte que tenho em estar cá e do quanto adoro tudo isto que me rodeia.